Exposição "Zanele Muholi: Beleza Valente" no IMS Paulista – Arte, Ativismo e Representação
A exposição "Zanele Muholi: Beleza Valente" no IMS Paulista apresenta mais de 100 obras do renomado artista sul-africano, explorando fotografia, ativismo e identidade negra LGBTQIAPN+.
ARTES PLÁSTICASEXPOSIÇÕES
autor: Astral
3/12/2025


A exposição "Zanele Muholi: Beleza Valente", em cartaz no IMS Paulista de 22 de fevereiro a 22 de junho de 2025, celebra a trajetória de um dos nomes mais importantes da fotografia contemporânea. Muholi, artista e ativista da África do Sul, utiliza sua arte para dar visibilidade à comunidade negra LGBTQIAPN+ e questionar padrões de representação.
A frase estampada em uma das paredes da mostra resume a essência de seu trabalho:
"Tudo o que eu quero ver é apenas a beleza. E beleza não significa que você tenha que sorrir, mostrar os dentes ou se esforçar mais. Basta existir." – Zanele Muholi.
Essa visão transforma a beleza em um ato político, ressignificando sua importância para pessoas historicamente marginalizadas. A exposição reúne mais de 100 obras, incluindo fotografias, vídeos, pinturas e até uma escultura em bronze, proporcionando um panorama completo da trajetória artística de Muholi.
Fotografia Como Ativismo e Memória
Nascido em 1972, durante o regime do apartheid, Zanele Muholi cresceu em um contexto de segregação racial e opressão. Mesmo com o fim do apartheid e a promulgação da nova Constituição sul-africana em 1996, a discriminação e a violência contra a população negra e LGBTQIAPN+ persistiram. Foi para denunciar essa realidade que Muholi decidiu estudar fotografia e se dedicar ao registro da comunidade queer sul-africana.
Inicialmente, seu trabalho teve um forte tom documental e de denúncia, expondo casos de violência e discriminação. No entanto, com o tempo, suas imagens passaram a se transformar em algo ainda mais profundo: um grande arquivo visual de memória e afirmação. Cada retrato carrega uma história, uma identidade e um olhar que desafia narrativas coloniais e hegemônicas.
Muholi se define como "ativista visual", utilizando a fotografia tanto para confrontar as injustiças quanto para proporcionar um espaço de cura e reconhecimento. Suas imagens não apenas denunciam a exclusão, mas também celebram a existência e a beleza daqueles que retrata.
Muholi não apenas registra suas imagens, mas também resgata narrativas que foram silenciadas.
Zanele Muholi: Beleza Valente – A Fotografia Como Resistência e Afirmação


As Séries Fotográficas e o Conceito de Beleza Como Resistência
A exposição no IMS Paulista apresenta algumas das séries mais emblemáticas de Muholi, cada uma com um olhar único sobre a identidade e a representação.
Faces and Phases (Faces e Fases): Criada em 2006, essa série é um extenso arquivo da comunidade negra LGBTQIAPN+ sul-africana. Cada retrato valoriza a individualidade e a dignidade das pessoas fotografadas, oferecendo um contraponto às narrativas de exclusão.
Somnyama Ngonyama ("Salve, Leoa Negra"): Série de autorretratos na qual Muholi usa adereços e composições dramáticas em preto e branco para explorar questões como racismo, colonialismo, identidade e opressão. A iluminação intensa e o olhar penetrante em cada imagem reforçam a força dessas temáticas.
Brave Beauties (Bravas Belezas): Série dedicada a mulheres trans e pessoas não conformes de gênero, exaltando sua coragem e resiliência. Ao retratar essas pessoas em poses dignas e imponentes, Muholi desafia os padrões convencionais de beleza e reafirma a importância da representatividade.
Only Half the Picture ("Apenas Meio Quadro"): Criada entre 2002 e 2006, essa série documenta sobreviventes de violência de gênero e racial, abordando temas como estupros "corretivos" e agressões contra a comunidade LGBTQIAPN+.
Além dessas séries já conhecidas, a exposição traz obras inéditas produzidas no Brasil. Em 2024, Muholi esteve em São Paulo para o Festival ZUM, estabelecendo um diálogo com organizações LGBTQIAPN+ locais. O resultado dessa vivência aparece em novas fotografias, que traçam paralelos entre as lutas por direitos na África do Sul e no Brasil.
A Arte Como Educação e Transformação Social
Muholi acredita que a arte tem um papel fundamental na educação e na transformação da sociedade. Sua obra não se limita a galerias e museus – ela serve como plataforma de aprendizado e conscientização.
"A gente fala que esse trabalho precisa ser discutido e precisa ser usado também para educação, para que as próximas gerações saibam que a gente pode viver nessa sociedade de uma forma saudável." – Zanele Muholi.
A artista defende que a inclusão deve começar na base, com mudanças na educação e nos currículos escolares. Segundo Muholi, se as crianças fossem ensinadas desde cedo que o racismo e a homofobia são errados, cresceriam sem carregar o ódio que tantas vezes é ensinado socialmente.
Os museus e espaços culturais também desempenham um papel essencial nesse processo. Para Muholi, ao abrir espaço para essas discussões, as instituições de arte ajudam a criar um ambiente mais seguro e inclusivo para todas as pessoas.
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Zanele Muholi, transformação acontece através do retrato.


A Importância de Conhecer Zanele Muholi
A exposição "Zanele Muholi: Beleza Valente" no IMS Paulista é uma oportunidade única de refletir sobre arte, identidade e ativismo. Suas imagens não apenas registram histórias, mas também desafiam padrões e ampliam os horizontes da fotografia contemporânea.
Ao transformar o conceito de beleza em um instrumento de resistência, Muholi oferece um novo olhar sobre a representação de corpos e identidades que historicamente foram marginalizados. Sua obra é um convite para enxergar além das aparências e compreender a potência da arte como ferramenta de transformação.
A mostra fica em cartaz até 22 de junho de 2025, com entrada gratuita. Para quem busca uma experiência marcante e um contato mais profundo com as discussões sobre arte e diversidade, esta é uma exposição imperdível.
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A intensidade do olhar dos retratados, a composição das imagens, o preto e branco que realça os contrastes e emoções

Quadros Personalizados por Sérgio Astral, Pintor Retratista.
Para mim, Sérgio Astral, a arte é muito mais do que simplesmente pintar; é uma maneira de eternizar nossas histórias, emoções e momentos mais preciosos. Como pintor retratista, quando pinto um rosto, não estou apenas criando uma obra de arte bonita; estou capturando a essência daquela pessoa, aquilo que a torna única e especial. Cada pintura é uma herança valiosa, uma forma de deixar um legado eterno para as futuras gerações.


Sua obra será um verdadeiro tesouro duradouro, uma pintura personalizada que transforma emoções em arte. Como retratista especializado em Pop-Art, crio quadros únicos em tela que não apenas decoram seu espaço, mas também contam histórias significativas. Cada peça é um tributo às pessoas que amamos, eternizando momentos especiais com criatividade e estilo.


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