Betina Polaroid: Quando a Fotografia e a Performance Drag se Encontram

Betina Polaroid, artista multifacetada, une o universo da fotografia com a performance drag em uma expressão artística única e vibrante. Mais do que um alter ego, Betina é o reflexo criativo do fotógrafo carioca Beto Pêgo, cuja trajetória de mais de 20 anos no campo editorial e publicitário encontrou novos caminhos ao explorar as fronteiras entre corpo, gênero e arte. Nesta matéria, conheça a história, a visão artística e o impacto cultural dessa fotógrafa convidada da FOTODOC, cuja obra transcende limites e redefine narrativas.

O Início da Jornada: Da Fotografia Publicitária à Cena Drag

Beto Pêgo, publicitário formado pela UFRJ, construiu uma carreira sólida como fotógrafo editorial e publicitário, com trabalhos marcantes para revistas da Editora Abril e grandes marcas como Universal Music e L’Oréal. No entanto, em 2014, um novo horizonte artístico surgiu ao se deparar com a efervescente cena drag carioca. Fascinado pela criatividade e transformação dessas artistas, ele começou a documentar essa realidade com sua câmera, registrando não apenas performances, mas também os processos de construção dessas identidades.

Nesse mergulho, o espelho se virou para ele mesmo. Ao explorar o universo drag por trás da câmera, Beto descobriu uma conexão profunda que culminaria no nascimento de Betina Polaroid. Assim, a artista visual emergiu, combinando a estética camp com técnicas de fotografia analógica e digital, criando um trabalho que é tão performático quanto visualmente impactante.

Leia também: A Arte como Reflexo das Emoções.

A Trajetória de Betina Polaroid: Da Cena Carioca ao Reconhecimento Internacional

Em 2015, Betina se inseriu na cena drag como parte do coletivo Drag-se, contribuindo como fotógrafa, repórter e apresentadora no canal Drag-se TV. Seu trabalho ganhou visibilidade em performances e projeções apresentadas em teatros e casas de shows no Rio de Janeiro. A dedicação e originalidade de Betina começaram a atrair convites para eventos de grande destaque.

Em 2019, ela apresentou a exposição individual “Espelhos” na galeria do Ateliê Oriente, no Rio de Janeiro, com curadoria de Fábio Seixo. A mostra explorava a identidade queer por meio de imagens que misturavam performance e fotografia, desafiando as convenções sobre a autorrepresentação. O sucesso da exposição levou Betina a representar o Brasil no XIII Anarchist Art Festival, em Nova York, onde consolidou sua reputação como uma artista global.

Leia também: A Influência da Cultura Afro-Brasileira na Arte Contemporânea: Identidade, Resistência e Inspiração

Diferenças Fundamentais Entre Arte e Cultura

Embora estejam interligadas, arte e cultura possuem características que as diferenciam.Publicações e Projeção Nacional

A trajetória de Betina não se limita às exposições. Em 2021, ela coautorizou o livro “Montação”, que documenta a cena drag brasileira. A publicação teve grande repercussão, sendo selecionada para o acervo do Instituto Moreira Salles, em São Paulo, e do International Center of Photography, em Nova York.

A exposição “Espelhos” continuou a ganhar força, participando de eventos como o Festival de Fotografia de Tiradentese o Festival Carioca de Fotografia Analógica, além de ter uma nova montagem em 2023 no espaço cultural Casa Fluida, em São Paulo, com curadoria de Fernando Spaziani. Essa fase marcou um período de consolidação para Betina, agora amplamente reconhecida como uma das principais vozes na arte drag e na fotografia queer.

Leia também: Exposição "Etnias em Cores" de Amanda Amorim em Barra do Garças

Um Novo Capítulo: Drag Race Brasil e Projeção Midiática

Em 2023, Betina Polaroid alcançou maior projeção ao se tornar finalista do reality show Drag Race Brasil, um marco para a cena drag nacional. Essa visibilidade ampliou seu alcance, levando sua arte a novos públicos e reforçando sua posição como uma das drag queens mais reconhecidas do país.

O impacto de Betina Polaroid vai além do entretenimento. Suas polaroides e fotomontagens não apenas capturam momentos, mas também narram histórias de resistência, transformação e identidade. Seu trabalho transcende as fronteiras da fotografia tradicional, tornando-se uma plataforma para discutir questões de gênero, arte e cultura de forma inovadora e inclusiva.

Conclusão: O Legado de Betina Polaroid

Betina Polaroid é um exemplo inspirador de como a arte pode romper barreiras e promover diálogos transformadores. Sua capacidade de mesclar a fotografia com a performance drag cria uma experiência visual e emocional única, que celebra a diversidade e a criatividade.

Com um portfólio que conecta o analógico ao digital, a intimidade ao espetáculo, Betina Polaroid continua a desafiar e redefinir as normas artísticas, provando que a arte é, acima de tudo, um reflexo poderoso de quem somos e de quem podemos nos tornar.

Dicas de livros:

• Leia Isto Se Quer Tirar Fotos Incríveis, de Henry Carroll, é um guia prático que simplifica os fundamentos da fotografia. Ideal para iniciantes e entusiastas, o livro oferece dicas valiosas sobre composição, luz e lentes, além de explorar imagens icônicas de fotógrafos renomados como Henri Cartier-Bresson e Sebastião Salgado. Uma leitura inspiradora para aprimorar suas habilidades fotográficas! Compre aqui!

• A Bíblia da Fotografia: Tudo o que Você Precisa Saber para Fazer Fotos Perfeitas, de Michael Freeman, é um guia essencial para fotógrafos de todos os níveis. Com uma abordagem estruturada como um curso, o livro explora tópicos como exposição, iluminação, composição e processamento. Repleto de técnicas práticas e desafios inspiradores, é uma leitura indispensável para quem deseja dominar a arte da fotografia e criar imagens impactantes.

  Compre aqui!

  
  Esses títulos são leituras essenciais para quem deseja desenvolver a criatividade e transformar a maneira como encara a vida e os desafios diários.

Leia Também: