Descubra a História Oculta do Hip-Hop em São Paulo no Sesc 24 de Maio

Mergulhe na exposição "HIP-HOP 80's" no Sesc 24 de Maio e desvende a saga do Hip-Hop em SP, de Nova York às ruas. Mais de 3 mil peças, curadoria lendária e entrada gratuita até 29/03/2026. Viva a cultura!

INTERVENÇÕES URBANAS

Astral

8/1/2025

nos 1980, completa com um vagão de metrô cenográfico
nos 1980, completa com um vagão de metrô cenográfico

Destrave a História Oculta: Como a Exposição do Sesc 24 de Maio Vai Revolucionar Sua Visão do Hip-Hop em São Paulo!

Você se lembra do tempo em que as ruas eram o palco? Onde a batida e o grafite eram a voz de uma geração? Se você, como eu, acredita que a memória do Hip-Hop em São Paulo está um tanto esquecida, especialmente no seu berço original – a icônica esquina da Rua Dom José de Barros com a 24 de Maio –, prepare-se para ter sua mente explodida! A verdade é que, enquanto metade do calçadão pode estar indevidamente ocupada por viaturas, diminuindo o espaço que já foi um epicentro de expressão popular, do outro lado da rua, uma revolução silenciosa está acontecendo.

O Sesc 24 de Maio acaba de abrir as portas para algo que vai muito além de uma simples mostra. A exposição "HIP-HOP 80’s – São Paulo na Onda do Break" não é apenas um evento; é uma cápsula do tempo, um grito de resistência e uma celebração da cultura que transformou São Paulo. Aberta para visitação desde 24 de julho de 2025 e com duração até 29 de março de 2026, esta é a sua chance de mergulhar de cabeça em uma jornada que demorou quarenta anos para ser contada de forma tão completa.

Prepare-se para uma experiência imersiva com mais de 3 mil peças reunidas pela primeira vez. Sim, você leu certo: 3 MIL PEÇAS! Estamos falando de uma narrativa poderosa de jovens periféricos que, inspirados por uma nova arte vinda da América, criaram sua própria revolução urbana. Uma revolução que entrelaça arte visual, música e comportamento de uma forma que você nunca viu. Se você quer entender a alma da rua paulistana, continue lendo!

Nos 1980, completa com um vagão de metrô cenográfico.

Martha Cooper, a fotógrafa que documentou o próprio nascimento do Hip-Hop em Nova York.
Martha Cooper, a fotógrafa que documentou o próprio nascimento do Hip-Hop em Nova York.

Desvendando as Raízes: A Jornada Épica do Hip-Hop de Nova York a São Paulo

O que muitos não contam sobre a história do Hip-Hop é que, para entender seu impacto global, precisamos voltar no tempo. Bem antes das batidas ecoarem pelas ruas da 24 de Maio, a cultura pulsava nas artérias do Bronx, em Nova York. A exposição do Sesc 24 de Maio faz uma jogada de mestre ao nos levar diretamente a essa gênese, no fim dos anos 1970. Imagine ver fotos de grafites e pichações que adornavam muros e vagões de metrô, capturadas por lendas como Martha Cooper, a fotógrafa que documentou o próprio nascimento do Hip-Hop em Nova York.

A mostra não para por aí. Ela traz registros inéditos de Cooper e o fundamental documentário "Style Wars" (1983), de Henry Chalfant – um verdadeiro manual sobre a cultura Hip-Hop. E não pense que foi fácil para Chalfant capturar tudo isso. Ele mesmo revelou ao A Vida no Centro: "Eu comecei a acompanhar a cena de fora, fotografando as obras, e demorou um tempo até que eles acreditassem que eu não era da polícia e confiassem em mim. Até porque eu já tinha 40 anos e eles eram adolescentes." Essa confiança resultou em um acervo visual que hoje é base para nossa compreensão.

Mas como essa onda chegou ao Brasil? Aqui reside a genialidade da exposição. Ela mostra como os filmes, como "Beat Street" e "Breakin’", e a cultura pop impulsionada pela televisão, videoclipes e videocassetes, agiram como catalisadores. As referências foram "retrabalhadas pelos brasileiros", dando origem a algo único. E o epicentro dessa efervescência? A Estação São Bento, em São Paulo. Você verá painéis reproduzindo a icônica estação, além de uma vasta coleção de fotos, vídeos, capas de discos e roupas de músicos que foram pioneiros na música black no início dos anos 80. É uma viagem no tempo que revela as raízes do rap nacional e a evolução do breakdance em São Paulo.

A riqueza de detalhes é surpreendente. Há mais de 3 mil peças, muitas delas vindas de coleções pessoais de figuras lendárias como Nelson Triunfo, Billy, Pierre, Ricardinho e Renilson do grupo Electric Boogies. Isso sem falar nos acervos históricos nacionais e internacionais, que incluem equipamentos de som originais, flyers de bailes black e até colaborações do Museum of Graffiti (Miami). É uma prova viva de uma era em que o improviso não era apenas uma técnica, mas uma linguagem criativa. Essa seção é crucial para entender como o movimento cultural Hip-Hop se enraizou e floresceu em solo paulistano, antes de se espalhar por outros estados do Brasil.

Martha Cooper, a fotógrafa que documentou o próprio nascimento do Hip-Hop em Nova York.

Mais de 3 mil peças, muitas delas vindas de coleções pessoais de figura lendária como Nelson Triunfo
Mais de 3 mil peças, muitas delas vindas de coleções pessoais de figura lendária como Nelson Triunfo

Por Trás das Cenas: Os Guardiões da Memória e a Alma da Exposição

O que torna a exposição "HIP-HOP 80’s – São Paulo na Onda do Break" diferente de qualquer outra mostra sobre cultura? A resposta está na alma e na curadoria. Essa não é uma exposição montada por acadêmicos isolados, mas por vozes e testemunhas da própria cena. Estamos falando de um time de lendas que viveu e respirou o Hip-Hop desde os anos 80.

Os nomes por trás dessa curadoria compartilhada são peso-pesado:

  • OSGEMEOS: A dupla icônica do grafite, que não só ajudou a organizar, mas também cedeu muitas peças do seu próprio acervo. Gustavo Pandolfo, um dos irmãos, resumiu a essência: "Fizemos Hip-Hop sem saber que fazíamos Hip-Hop. Era expressão de liberdade, resistência, diversão e sobrevivência."

  • Rooneyoyo O Guardião: Uma figura marcante do Hip-Hop paulistano dos anos 80. Sua fala ecoa a profundidade do movimento: "Essa cultura nos salvou. Criou um lugar para a gente sonhar." Rooneyoyo e seus amigos vasculharam arquivos pessoais, reconectando trajetórias para garantir que cada voz e objeto essencial fossem incluídos, transformando a mostra em uma homenagem pulsante à cultura que emergiu das ruas.

  • KL Jay: O DJ histórico dos Racionais MC’s, um pilar do rap nacional.

  • Thaíde: Outra lenda viva, cuja perspectiva sobre o Centro de São Paulo é fundamental. Como ele disse ao A Vida no Centro, "O Centro sempre foi o lugar onde a negritude se encontrava e ainda se encontra." (Você pode ler a entrevista completa com Thaíde para A Vida no Centro aqui: [Link para a entrevista com Thaíde, se disponível no site A Vida no Centro]).

  • Sharylaine e Rose MC: Essas duas pioneiras são a prova da força e resistência feminina no Hip-Hop. Elas trouxeram um olhar crucial sobre a presença – e, por vezes, a ausência – das mulheres na cena. Sharylaine, uma das primeiras-damas do rap nacional e fundadora do grupo RAP Girls, compartilha sua devoção: "O Hip-Hop é a minha religião. A rima é minha oração." Rose MC se define como "uma das pioneiras no Hip-Hop, B.Girl, rapper e mulher da cultura de rua", mostrando a longevidade e o enraizamento da presença feminina na cultura de rua de São Paulo.

Essa equipe de curadores não só montou uma exposição, mas reconstruiu uma narrativa. Cada peça, cada foto, cada som é um testemunho autêntico da história do street art em São Paulo e da cultura que salvou vidas e deu voz a uma geração. Não é apenas uma coleção de objetos; é a alma de um movimento contada por quem o viveu.

Há mais de 3 mil peças, muitas delas vindas de coleções pessoais de figuras lendárias como Nelson Triunfo

São Bento dos anos 1980
São Bento dos anos 1980

Imersão Total: Por Que Você NÃO Pode Perder a Recriação da São Bento e As Oficinas Exclusivas

Prepare-se para algo mais do que apenas observar. A exposição "HIP-HOP 80’s – São Paulo na Onda do Break" eleva a experiência a um novo nível, transformando o espaço do Sesc 24 de Maio em um portal para o passado. A área central da mostra recria a icônica São Bento dos anos 1980, completa com um vagão de metrô cenográfico. Isso não é apenas um detalhe visual; é o coração pulsante da exposição, onde a história ganha vida.

Nesse vagão cenográfico, o movimento continua a inspirar. Serão realizadas oficinas de DJ, Hip-Hop, grafite, dança e rodas de conversa. Imagine a oportunidade de ver e aprender diretamente de quem fez história, ou de permitir que as novas gerações compreendam a importância desse movimento cultural transformador. Na parede da sala, uma instalação impressionante com dezenas de aparelhos, telas com imagens e manequins com roupas da época formam um boombox gigante, mergulhando você em uma atmosfera sonora e visual inesquecível.

E o termo "Hip-Hop"? Você sabe de onde ele veio? A exposição também explora suas raízes linguísticas antigas, derivadas de onomatopeias de movimento e dança. A expressão foi cunhada no final dos anos 1970 por artistas como Cowboy e Lovebug Starski, que incorporaram a cadência "Hip Hop/Hip Hop" em suas performances. Essa cultura, que nasceu no sul do Bronx e se espalhou por Nova York, encontrou solo fértil no Brasil. E, como Rooneyoyo bem lembra, "Nós pensávamos que estávamos criando uma coisa única, mas depois vimos que em outros estados outras pessoas também estão criando, na mesma época." A exposição destaca a gênese paulistana, mas também reconhece e representa a expansão da cultura para outros estados brasileiros.

Esta não é apenas uma exposição; é uma celebração viva, uma aula de história interativa e uma oportunidade única de se conectar com a essência do Hip-Hop. Você não vai apenas ver objetos; você vai sentir a energia, ouvir as batidas e testemunhar a resiliência de um movimento que continua a moldar a cultura urbana.

Você NÃO pode perder essa chance!

DETALHES ESSENCIAIS PARA VOCÊ AGIR AGORA:

  • Exposição: HIP-HOP 80’s – São Paulo na Onda do Break

  • Curadoria: OSGEMEOS, Rooneyoyo O Guardião, KL Jay, Thaíde, Sharylaine, ALAM Beat e Rose MC

  • Período Expositivo: ATÉ 29 DE MARÇO DE 2026 (Marque no seu calendário!)

  • Horário de Funcionamento:

    • Terça a sábado, das 9h às 21h

    • Domingos e feriados, das 9h às 18h

  • Local: Sesc 24 de Maio – Rua 24 de Maio, 109 – República, São Paulo

  • Classificação: Livre

  • Entrada: GRATUITA! (Sim, você leu certo: sem custo!)

  • Agendamento para grupos: agendamento.24demaio@sescsp.org.br

Esta é a sua chance de se conectar com a verdadeira história do Hip-Hop em São Paulo, contada por aqueles que a construíram. É uma oportunidade imperdível para entusiastas, curiosos e qualquer um que queira entender como a cultura pode se tornar uma força de transformação social. A programação do Sesc 24 de Maio com esta exposição é um presente para a cidade.

Qual a sua memória mais marcante do Hip-Hop em São Paulo? Compartilhe nos comentários!

São Bento dos anos 1980

Pintura sobre pedra, tamanho 15x15cm.Pintura sobre pedra, tamanho 15x15cm.
Pintura sobre papel, obra da artista visual, Amanda AmorimPintura sobre papel, obra da artista visual, Amanda Amorim

Disponível ( R$ 1.800,00 )
Titulo: Syriano na Pedra
Tecnica: pintura sobre pedra, dimensões 15x15cm

Disponível ( R$ 2.800,00 )
Titulo: Força e Ancestralidade
Tecnica: pintura sobre papel, dimensões 80x55cm

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