Cubismo: A Revolução Artística que Mudou as Artes Plásticas para Sempre

A história do Cubismo, o movimento revolucionário que redefiniu as artes plásticas e visuais. Conheça seus principais artistas, como Pablo Picasso e Georges Braque, e sua influência na arte contemporânea, incluindo nomes brasileiros.

ARTES PLÁSTICAS

autor: Astral

2/16/2025

O Cubismo nasceu no início do século XX, liderado por figuras icônicas como Pablo Picasso
O Cubismo nasceu no início do século XX, liderado por figuras icônicas como Pablo Picasso

Quando penso no Cubismo, me vem à mente uma sensação de ruptura – um momento em que o mundo das artes plásticas foi sacudido até suas bases. Foi como se os artistas tivessem decidido não mais aceitar as regras impostas pela tradição ocidental, especialmente aquela velha ideia de que uma pintura precisava representar o mundo exatamente como ele era visto pelos olhos humanos. O Cubismo nasceu no início do século XX, liderado por figuras icônicas como Pablo Picasso e Georges Braque, e trouxe consigo uma abordagem radicalmente nova: a decomposição dos objetos em formas geométricas e a apresentação simultânea de múltiplos ângulos de visão. Essa inovação não apenas transformou as artes visuais, mas também pavimentou o caminho para o que hoje chamamos de arte contemporânea. Recentemente, ao visitar uma exposição sobre o tema no Museu Guggenheim, fiquei impressionado com como obras cubistas continuam a desafiar nossa percepção visual, mesmo mais de um século após seu surgimento.

Hoje, vemos reflexos do Cubismo em praticamente todas as áreas criativas, desde o grafite urbano até o design gráfico e a moda. Um exemplo recente que me chamou atenção foi a colaboração entre a estilista Iris van Herpen e o artista digital Casey Reas, que usaram princípios cubistas para criar peças de alta-costura que parecem sair diretamente de uma tela de Picasso. Isso prova que o Cubismo não é apenas uma página virada nos livros de história da arte, mas uma fonte inesgotável de inspiração para novas gerações de criadores. Pesquisas recentes, como aquelas publicadas pelo Tate Modern em 2023, destacam como o Cubismo continua a influenciar práticas artísticas globais, conectando passado e presente de maneiras surpreendentes. Para mim, essa é a essência do Cubismo: uma revolução que nunca realmente terminou.

O Cubismo nasceu no início do século XX, liderado por figuras icônicas como Pablo Picasso

O Cubismo: A Revolução da Arte Moderna e seu Impacto Global

Georges Braque (1882-1963) foi um pintor francês. Junto com Pablo Picasso deu início ao Cubismo
Georges Braque (1882-1963) foi um pintor francês. Junto com Pablo Picasso deu início ao Cubismo

A Origem do Cubismo e seus Principais Representantes

Como alguém que mergulhou profundamente na história da arte, posso dizer que o nascimento do Cubismo foi um evento quase mágico. Tudo começou em Paris, quando Pablo Picasso apresentou ao mundo Les Demoiselles d’Avignon em 1907. Aquela obra, com suas formas angulares e figuras distorcidas, foi como um soco no estômago da arte tradicional. Inspirado pelas máscaras africanas e pela geometria moderna, Picasso começou a experimentar maneiras de desconstruir a realidade, buscando capturar a "essência" dos objetos em vez de sua aparência superficial. Não demorou para que ele encontrasse em Georges Braque um parceiro intelectual, e juntos eles deram forma ao que hoje conhecemos como Cubismo. Ao longo dessas primeiras décadas, o movimento evoluiu em duas fases principais: o Cubismo Analítico, caracterizado por uma fragmentação intensa e tons monocromáticos, e o Cubismo Sintético, que incorporou colagens e materiais cotidianos, como jornais e tecidos, em suas composições.

Outros nomes brilhantes emergiram durante esse período, cada um contribuindo de maneira única para o desenvolvimento do estilo. Juan Gris, por exemplo, trouxe um refinamento geométrico que equilibrava a complexidade do Cubismo com uma elegância quase matemática. Já Fernand Léger foi além, explorando a relação entre arte e indústria, antecipando temas que seriam centrais no Futurismo e no Construtivismo. Enquanto escrevo este texto, lembro-me de uma entrevista recente com o crítico de arte Robert Storr, que destacou como o trabalho de Léger prenunciou a estética tecnológica que hoje domina o design de interfaces digitais. Essa conexão entre o passado e o presente é fascinante, pois mostra como o Cubismo não foi apenas um movimento isolado, mas um catalisador para mudanças culturais duradouras.


Georges Braque (1882-1963) foi um pintor francês. Junto com Pablo Picasso deu início ao Cubismo

A Influência do Cubismo no Brasil e Artistas Contemporâneos

O impacto do Cubismo transcendeu fronteiras e chegou ao Brasil, onde se tornou uma força motriz por trás do Modernismo nacional. Durante a Semana de Arte Moderna de 1922, artistas como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti começaram a explorar traços geométricos e cores vibrantes, fundindo elementos do Cubismo europeu com a rica iconografia brasileira. Lembro-me vividamente de uma visita ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde pude observar de perto a obra A Negra , de Tarsila. Aquela pintura, com suas formas simplificadas e paleta de cores ousada, é um testemunho perfeito de como o Cubismo foi reinterpretado para refletir a identidade cultural do país. Esse diálogo entre o global e o local é algo que ainda ecoa na arte brasileira contemporânea.

Nos dias de hoje, artistas como Beatriz Milhazes e Adriana Varejão continuam a beber dessa fonte inesgotável. Beatriz, por exemplo, usa colagens e padrões geométricos que remetem diretamente ao Cubismo Sintético, enquanto Adriana explora a desconstrução de narrativas históricas e culturais em suas telas fragmentadas. Recentemente, participei de uma palestra no Instituto Tomie Ohtake, onde a curadora Aracy Amaral discutiu como o legado do Cubismo ainda molda o cenário artístico brasileiro. Ela mencionou um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo que analisa como o uso de formas geométricas na arte contemporânea brasileira está intrinsecamente ligado às lições do Cubismo. Para mim, isso demonstra que o Cubismo não é apenas uma herança histórica, mas uma linguagem viva que continua a evoluir e se reinventar.

Com suas raízes firmemente plantadas no início do século XX, o Cubismo continua a ser uma das forças mais poderosas nas artes plásticas e visuais. Ele não apenas desafiou convenções, mas também abriu portas para novas possibilidades criativas que ainda estão sendo exploradas hoje. Seja nas ruas de São Paulo, nas passarelas de Paris ou nas galerias de Nova York, o Cubismo permanece como um farol, guiando artistas em sua busca incessante por inovação e expressão.

Beatriz, por exemplo, usa colagens e padrões geométricos que remetem diretamente ao Cubismo Sintétic
Beatriz, por exemplo, usa colagens e padrões geométricos que remetem diretamente ao Cubismo Sintétic

Beatriz, por exemplo, usa colagens e padrões geométricos que remetem diretamente ao Cubismo Sintético.

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