36ª Bienal de São Paulo 2025: Conceito e Curadoria

Descubra tudo sobre a 36ª Bienal de São Paulo 2025, incluindo o conceito de Conceição Evaristo, a curadoria e a lista de instalações artísticas. Explore as tendências da arte contemporânea e o que esperar deste evento imperdível.

EXPOSIÇÕESINTERVENÇÃO ARTISTICA

Astral

9/20/2025

Equipe conceitual da 36ª Bienal de São Paulo  (João Medeiros / Fundação Bienal de São Paulo/divulgaç
Equipe conceitual da 36ª Bienal de São Paulo  (João Medeiros / Fundação Bienal de São Paulo/divulgaç

O Manifesto Poético da 36ª Bienal: Entendendo a Curadoria de Cauda Longa

A 36ª Bienal de São Paulo, que acontece de setembro de 2025 a janeiro de 2026, é um evento imperdível para quem pesquisa a fundo as artes visuais no Brasil. Seu título, "Nem Todo Viandante Anda Estradas – Da Humanidade Como Prática", emprestado da poetisa Conceição Evaristo, já é um convite à reflexão profunda, fugindo de conceitos rasos e genéricos. Essa profundidade é a própria essência da busca de cauda longa na curadoria.

A equipe liderada por Bonaventure Soh Bejeng Ndikung propõe uma redefinição da humanidade. Em vez de uma ideia fixa, eles a veem como uma prática fluida, interconectada, vital para tempos de crise ecológica e social.

Essa visão se traduz na metodologia de seleção, que abandonou as fronteiras geográficas em favor dos fluxos, como os das aves migratórias e das águas. A curadoria, ao buscar essa liberdade intrínseca, convida o público a explorar os "mundos submersos" que a arte contemporânea tem coragem de revelar.

Essa abordagem eleva o evento de uma simples exposição para um centro de pesquisa e diálogo sobre as instalações artísticas e as linguagens mais relevantes do nosso tempo.

A Imersão na 36ª Bienal de São Paulo: Arte Contemporânea, Conceição Evaristo e as Instalações Artísticas que Redefinem a Humanidade

Equipe conceitual da 36ª Bienal de São Paulo (João Medeiros / Fundação Bienal de São Paulo/divulgação)

Aline Baiana: A Força da Territorialidade e o Resgate de Saberes
Aline Baiana: A Força da Territorialidade e o Resgate de Saberes

O Caminho da Pluralidade: Quatro Artistas e Suas Instalações Artísticas na Bienal de São Paulo

A lista de 120 artistas é um tesouro de narrativas. Para entender como a 36ª Bienal de São Paulo traduz a ideia de Humanidade Como Prática, analisamos a contribuição de quatro artistas de diferentes origens, cujas instalações artísticas e pesquisas ampliam o diálogo sobre a crise do nosso tempo.

1. Aline Baiana: A Força da Territorialidade e o Resgate de Saberes

A brasileira Aline Baiana exemplifica a busca por saberes que a sociedade hegemônica tenta descartar. Seu trabalho de artes visuais se aprofunda no conflito ontológico entre o Sul e o Norte globais, trazendo a força das comunidades quilombolas da Baía de Todos os Santos.

Ao conectar essa pesquisa com contextos como a Palestina, Baiana demonstra que a resistência e a prática da humanidade estão nos laços comunitários e nas tradições. O filme Ouro negro é a gente (2025) é uma denúncia poética da exploração e uma celebração da riqueza humana, dialogando diretamente com a essência da citação de Conceição Evaristo.

Aline Baiana: A Força da Territorialidade e o Resgate de Saberes

Emeka Ogboh: Migração, Som e Instalações Imersivas
Emeka Ogboh: Migração, Som e Instalações Imersivas

2. Emeka Ogboh: Migração, Som e Instalações Imersivas

O nigeriano Emeka Ogboh utiliza a instalação artística como um veículo sinestésico para discutir a migração e as consequências do pós-colonialismo. Suas obras, frequentemente baseadas no som, transformam o Pavilhão Ciccillo Matarazzo em um espaço de vivência e memória.

Com peças como Ámà: The Gathering Place (2021), Ogboh convida o público a uma escuta ativa, sentindo a complexidade de identidades deslocadas e a interconexão cultural que define a vida em um mundo globalizado. Para quem procura instalações artísticas Bienal 2025 com forte apelo sensorial, seu trabalho é central.

Emeka Ogboh: Migração, Som e Instalações Imersivas

Leonel Vásquez: O Som como Terapia Política
Leonel Vásquez: O Som como Terapia Política

3. Leonel Vásquez: O Som como Terapia Política

O colombiano Leonel Vásquez aborda um tema crucial para a arte contemporânea: a escuta como um ato de reparação. Em um mundo de ruído e conflito, Vásquez usa a arte sonora e visual para propor um espaço de cura e atenção plena.

Seu trabalho, que reconstrói conexões em contextos de conflito social e ambiental, está em sintonia com a metáfora dos rios na expografia da Bienal. Ele nos lembra que a prática da humanidade exige que demos voz e, principalmente, ouvidos aos traumas coletivos, usando o som como ferramenta estética e política.

Leonel Vásquez: O Som como Terapia Política

instalação de Marlene Almeida durante a 36ª Bienal de São Paulo (Levi Fanan / Fundação Bienal)
instalação de Marlene Almeida durante a 36ª Bienal de São Paulo (Levi Fanan / Fundação Bienal)

4. Hao Jingban: O Vídeo como Conexão Histórica

A artista chinesa Hao Jingban utiliza o vídeo para desfazer a distância histórica entre o espectador e o passado. Suas obras de artes visuais são um emaranhado de narrativas pessoais e coletivas, ligando eventos globais (como a COVID-19 e o movimento Black Lives Matter) às suas repercussões psicológicas e sociais.

Jingban usa a arte contemporânea para confrontar a destruição e a crise, propondo que a imaginação e a criatividade são a energia necessária para que o impulso de mudança se concretize. Seu vídeo é um manifesto de que não podemos ter fé no futuro sem antes encarar as verdades inconvenientes do presente e do passado.

Acessibilidade, Educação e o Legado da Bienal

A 36ª Bienal de São Paulo não se limita aos grandes nomes. Sua lista de 120 artistas inclui uma forte presença de talentos brasileiros, como Maxwell Alexandre, Lidia Lisbôa e Sallisa Rosa, garantindo que a arte contemporânea brasileira seja o ponto focal do diálogo global.

A decisão de estender a duração da mostra para quatro meses (até janeiro de 2026) e manter a entrada gratuita é um passo firme na democratização da arte. A curadora Alya Sebti destaca que a mediação e a educação estão no cerne do projeto, garantindo que a complexidade das instalações artísticas seja traduzida de forma acessível, sem simplificação.

Essa Bienal é um convite para que o "viandante" que busca artes visuais encontre não apenas obras, mas um espaço de reflexão profunda. É a prova de que a arte contemporânea é essencial para reescrever o futuro, praticando a humanidade a cada passo.

Instalação de Marlene Almeida durante a 36ª Bienal de São Paulo (Levi Fanan / Fundação Bienal)

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